Pensando em colaborar com o entendimento da população, formulamos um Guia Prático para avaliação inicial de maus-tratos a cães e gatos. Confira:
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
• Maus-tratos intencionais: têm objetivo de produzir dano físico ou psicológico ao animal. Observa-se, por exemplo, a agressão direta ao animal ou crueldade intencional.
• Maus-tratos não intencionais: resultante de um conjunto de fatores não premeditados, tais como falta de supervisão, indiferença, negligência ou falta de conhecimento; ou ainda de patologias psicossociais do tutor (por exemplo, esquizofrenia ou síndrome de acumulador).
• Negligência: quando não são fornecidos os devidos cuidados a animais que estejam sob responsabilidade da pessoa em questão, sendo a negligência intencional ou não. Geralmente é resultante da falha em fornecer recursos básicos necessários, tais como: água, alimento e abrigo.
• Crueldade: qualquer ação que gere sofrimento ou danos desnecessários aos animais. Uma demonstração clara de crueldade é a falta de cuidados veterinários no caso de feridas ou lesões abertas ou animais que fiquem presos, acorrentados, sem possibilidade de se mover ou deitar.
FIQUE ATENTO AOS SINAIS DE MAUS-TRATOS
Critérios Físicos
Diretos:
1. Escoriações corporais (existem pequenos machucados superficiais no corpo do animal?)
2. Pelagem (seu pelo está normal? Possui falhas?)
3. Presença ou não de ferimentos (é possível ver machucados ou feridas com resquícios de sangue nele?)
Indiretos
1. Tipo de alimentação (você consegue ver se ele come? Ração, restos de comida, etc)
2. Água (quantidade, qualidade e disponibilidade)
Critérios Comportamentais
Diretos
1. Comportamentos anormais e/ou repetitivos sem função aparente, tais como ação de se coçar exageradamente
2. Resposta do animal às tentativas de aproximação: amistoso, amedrontado, agressivo, indiferente ou neutro, incapaz de interação normal em decorrência de fraqueza, inanição ou doença, etc
Indiretos
1. Comportamento do animal na presença de seu tutor
2. Tipo de interação com os outros animais no ambiente
ALGUNS EXEMPLOS EM RELAÇÃO AO AMBIENTE
Casa e quintal: limpeza do ambiente e das instalações, arejamento, incidência de luz natural, etc
Alimento oferecido aos animais: estocagem, estado de conservação, tipo e limpeza dos comedouros
Água: condições, tipo de recipiente e limpeza do mesmo, disponibilidade Acomodação específica do animal (casinha, camas e abrigos): qualidade,
capacidade de isolamento térmico, proteção de intempéries, etc.
Animais mantidos em correntes: observar lesões na região da coleira, verificar o tamanho da corrente (animal possui espaço para defecar e urinar distante do abrigo? Ele consegue se movimentar adequadamente).
Sabemos que nem sempre é possível verificar tantos detalhes em relação ao caso, mas quanto mais informações forem possíveis de passar, mais chances de salvar o animal você terá e, assim, evitar falsas denúncias. Também é válido, inicialmente, um diálogo com o tutor do animal, pois este pode desconhecer a forma saudável de manejar seu animalzinho. Pense nisso.